6/04/2013

Eu não te amo mais - por Fabiana Borges

Eu não te amo mais. E até onde eu sei isso é motivo pra comemorar.
Mas a verdade é que estranhamente essa não é uma descoberta que me faça desejar abrir uma garrafa de champanhe. Devia ser, mas definitivamente não é.
Não amar mais você é enterrar uma parte de mim. A pior e a melhor parte de mim. Desse jeito mesmo, contraditório como é o amor - ou como o amor parece ser em uma determinada fase da sua existência. Ou como sou. Já nem sei.
"Eu não te amo mais" parece ser um capítulo importante da minha biografia e ao mesmo tempo, me dá a sensação de desconhecer a mim mesma. Não devia ser assim não é??! Esquecer podia ser parte do autoconhecimento, afinal, de alguma forma, é como seu pegasse a minha vida de volta.
Não parece que foi ontem -e de certa forma parece, porque eu desaprendi a não amar ninguém. Eu desaprendi a não ser sua e viver disso.Eu desaprendi olhar para os lados sem que te visse.
O amor acostuma, e por incrível que pareça, qualquer relação confusa, complicada ou triste, acostuma. Coisas ruins criam raízes, viram sombras. E esse alívio que não amar você me devolve é reconfortante, é libertador, é precioso - mas é um estranho com o qual tenho tentado me acostumar também.


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